Justiça manda prender secretário de Administração de Mangaratiba por agressão contra a ex

Braz Marcos da Silva Marques teria descumprido uma medida protetiva judicial e por isso foi expedido um mandado de prisão. O homem está foragido.

O Tribunal de Justiça do Rio mandou prender na última sexta-feira (23) o secretário de Administração de Mangaratiba, na Costa Verde fluminense, Braz Marcos da Silva Marques, de 51 anos. Ele é acusado de descumprir uma medida protetiva contra a ex-companheira. O secretário é investigado pela 165ª DP (Mangaratiba) por violência doméstica.

A decisão da prisão preventiva — que não tem prazo de validade — é do juiz Richard Robert Fairclough, do Juizado Especial Adjunto Criminal da Comarca de Mangaratiba. O secretário já é considerado foragido.

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, o processo tramita em segredo de justiça.

Além de ser investigado por violência doméstica, Braz Marcos já respondeu a vários processos, inclusive por abuso de poder. O g1 apurou que sua defesa tenta um habeas corpus para revogar o mandado de prisão em andamento.

Braz Marcos integra o time de secretários do prefeito de Mangaratiba, Alan Campos da Costa, o Alan Bombeiro (PP).

Em fevereiro de 2022, Braz Marcos foi agraciado pela Câmara Municipal de Mangaratiba com uma moção de aplausos por seu desempenho como então secretário municipal de Ordem Pública. A homenagem foi dada pelo vereador João Felippe de Souza Oliveira (Rep-RJ).

Nesta quarta (28), o prefeito de Mangaratiba decidiu exonerar Braz das suas funções. Em nota, a prefeitura disse que Braz já foi desligado do cargo de Secretário de Administração e que o mandado de prisão não tem qualquer relação com sua atuação na gestão municipal.

Ainda de acordo com o comunicado, a decisão judicial corresponde a um processo de cunho pessoal e por isso, a Prefeitura não iria se manifestar sobre o assunto”. Para o lugar de Braz Marcos, o prefeito Alan Bombeiro colocou Luciana Campos Pereira da Silva Santos, então subsecretaria para Assuntos Executivos da cidade.

O g1 tenta contato com o agora ex-secretário Braz Marcos.

Procurado, o Ministério Público do Estado (MPRJ) ainda não informou se foi ou não favorável a prisão de Braz Marcos.

A Polícia Civil ainda não disse se faz ou não buscas para capturar o homem.

Suspeito de atirar em ex-namorada e na filha dela de 4 anos, em SP, é preso em Copacabana

O crime aconteceu no início deste mês. O casal teve um relacionamento curto, de dois meses, e estava separado havia um mês. Ele mandou mensagem dizendo que ia matá-la.

O suspeito de atirar em uma mulher e a filha dela de 4 anos em Caieiras, na Grande São Paulo, foi preso nesta segunda-feira (22) na Zona Sul do Rio de Janeiro. Brendon Cunha dos Santos Azevedo, de 26 anos, estava com a arma utilizada no crime, de acordo com a Polícia Militar.

Ele é o principal suspeito de tentar matar Maria Clara de Oliveira Pereira, de 20 anos, no início deste ano. Ela estava na casa da irmã, no bairro Jardim Marcelino, quando Brendon entrou no imóvel e disparou diversas vezes contra Maria e a filha dela, que só tem 4 anos.

Brendon foi encontrado após um trabalho conjunto entre a Subsecretaria de Inteligência da PM e o setor reservado do 19º BPM (Copacabana). Ele foi abordado na portaria do prédio onde se escondia, na Rua Santa Clara.

Depois da prisão, o suspeito foi levado para a 12ª DP (Copacabana), junto com a arma apreendida com ele. Segundo a família, ele não aceitava o fim do relacionamento.

A mulher levou seis tiros e foi internada em estado grave em um hospital da cidade. A filha foi baleada de raspão e já recebeu alta.

Os familiares contam que o casal teve um relacionamento curto, de 2 meses, e estava separado havia cerca de um mês.

No final do ano, ele mandou uma mensagem para a ex-namorada dizendo que ela “despertou um ódio enorme dentro do meu coração”.
“Vou dar seu sangue pro Exu”, disse Brendon. Ela responde: ” Vai lá”. E ele diz: “Juro que te mato, assim vou ter paz” (leia conversa abaixo).

 

Irmão de Cláudio Castro é alvo de buscas da PF em operação contra fraudes em programas assistenciais do estado

Agentes saíram para cumprir 3 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, na cidade do Rio de Janeiro.

Vinícius Sarciá Rocha, irmão de criação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), é alvo nesta quarta-feira (20) da Operação Sétimo Mandamento, da Polícia Federal (PF) — com mandados expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) —, dentro da investigação sobre possíveis fraudes em programas assistenciais do estado.

“Foram identificados pagamentos de vantagens ilícitas variáveis entre 5% e 25% dos valores dos contratos na área de assistência social, que totalizam mais de R$ 70 milhões”, afirmou a PF.

Outros alvos
Além de Sarciá, que é presidente do Conselho de Administração da Agerio (a Agência Estadual de Fomento), também sofreram buscas Astrid de Souza Brasil Nunes, subsecretária de Integração Sociogovernamental e de Projetos Especiais da Secretaria Estadual de Governo, e Allan Borges Nogueira, gestor de Governança Socioambiental da Cedae. Os nomes foram revelados pelo Blog da Andréia Sadi. Cláudio Castro não é alvo de buscas nesta quarta, mas é investigado.

Sarciá é irmão de criação de Castro. A mãe dele se casou com o pai do governador.

Policiais federais cumprem ainda nesta quarta-feira 7 medidas de afastamento de sigilo bancário e fiscal e 6 medidas de afastamento de sigilo telemático.

O g1 e a TV Globo tentam contato com citados. O governo do estado e a Cedae ainda não se pronunciaram.

O advogado Carlo Luchione, que representa Castro e Sarciá, informou estar buscando uma cópia da decisão “para se inteirar dos motivos da busca e apreensão, haja vista que fatos noticiados na imprensa remontam anos”.

Programas investigados
Na Operação Sétimo Mandamento (não furtar), a PF investiga os crimes de organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel entre os anos 2017 e 2020.

Em abril, o ministro Raul Araújo, do STJ, autorizou a abertura de um inquérito PF para investigar Castro pelo suposto envolvimento dele em um esquema de corrupção na época em que ele era vereador e vice-governador — também entre 2017 e 2020.

De acordo com as investigações da PF que levaram à operação desta quarta, “a organização criminosa penetrou nos setores públicos assistenciais sociais do estado e realizou fraude a licitações e contratos administrativos, desvio de verbas públicas e pagamentos de propinas aos envolvidos nos esquemas”.

“O grupo obteve vantagens econômicas e políticas indevidas, pois procurou direcionar a execução dos projetos sociais para seus redutos eleitorais, aproveitando-se também da população mais necessitada”, afirmou a PF.

Desdobramento da Operação Catarata
A ação desta quarta é um desdobramento da investigação da Operação Catarata, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que apurava em 2020 um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII, órgão estadual responsável por políticas de assistência social.

Na ocasião, o MPRJ denunciou 25 pessoas — entre elas, a ex-deputada federal Cristiane Brasil e o ex-secretário estadual de Educação Pedro Fernandes. Os dois sempre negaram as acusações.

Também na Operação Catarata foi preso o empresário Flávio Chadud, dono da Servlog, acusado de pagar propina em troca de contratos públicos e gravado no episódio da mochila com Cláudio Castro.

A investigação do MP do Rio apontou que esse esquema causou um prejuízo de até R$ 32 milhões aos cofres públicos.

O processo criminal estava na 26ª Vara Criminal da Justiça do Rio, mas foi encaminhado ao STJ depois que um dos réus fechou acordo de delação premiada e fez acusações contra o governador Cláudio Castro.

O delator é o empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva. Ele contou ao MPRJ que ajudou a financiar a campanha de Castro a vereador, em 2016, e depois virou assessor dele na Câmara Municipal do Rio.

No depoimento, Marcus Vinícius afirmou que Castro recebeu propina em contratos da Prefeitura do Rio quando era vereador, em 2017, com dinheiro desviado da então Subsecretaria da Pessoa com Deficiência (SubPD).

“Dois contratos na SubPD passaram a dar capital político e propina para o então vereador Cláudio Castro lá na SubPD, em 2017 pra 2018”, disse o delator.

Com a eleição de Wilson Witzel, Cláudio Castro assumiu o cargo de vice-governador em janeiro de 2019. E a Fundação Leão XIII passou a ser subordinada diretamente a ele.

Marcus Vinícius contou ao Ministério Público que Castro participou de um esquema de corrupção em projetos de assistência social da Leão XIII. E que até recebeu propina em dólar, nos Estados Unidos.

“(Castro) foi fazer uma viagem com a família pra Orlando. Ele, a atual primeira-dama, os filhos, cunhado, foi uma galera junto. Parte dos recursos que pagaram a viagem do Cláudio e da família lá em Orlando saiu dos cofres, da contabilidade do [programa da Leão XIII] Novo Olhar [alvo da investigação desta quarta] e foi direto pra Orlando. Quando ele chegou lá, o dólar tava lá. Não precisou sacar aqui. A pessoa só chegou e entregou pra ele. Na época foi o equivalente a 20 mil dólares, se eu não me engano. Dei uma parte, Flávio (Chadud, dono da empresa Servlog) deu outra”, revelou o delator.

Marcus Vinícius também falou sobre a visita que o então vice-governador fez à Servlog, empresa que tinha contratos com a Leão XIII, em julho de 2019. O delator trabalhava no escritório dessa empresa, num shopping na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

A visita de Castro carregando uma mochila, ao lado de Flávio Chadud, foi registrada por câmeras de segurança do shopping. Segundo o delator, naquela visita, Cláudio Castro recebeu R$ 120 mil de propina em dinheiro vivo, de Flávio Chadud. Veja o que ele disse ao MP:

Promotor: “Aquela imagem dele no escritório, então…”.
Delator: “120 mil reais”.
Promotor: “Ele tinha recebido 120 mil reais naquela ocasião?”.
Delator: “Uma parte dos recursos que haviam sido liberados atrasados”.
Um dia depois dessa visita, Chadud foi preso na Operação Catarata.

Um outro alvo da Operação Catarata foi Bruno Selem, que trabalhava na Servlog. Ele também fechou um acordo de delação premiada, e afirmou que Cláudio Castro recebeu cerca de R$ 100 mil de propina nesse encontro com Flávio Chadud no escritório da Servlog.

Com o impeachment de Wilson Witzel, Cláudio Castro assumiu o governo do estado interinamente em agosto de 2020; em maio de 2021, tomou posse definitivamente.

No documento enviado ao STJ em novembro do ano passado, a PGR pediu autorização para que a Polícia Federal investigasse Cláudio Castro a partir do momento em que se tornou governador.

No pedido ao STJ, a PGR diz que “o modo de execução dos crimes, a forma com que a organização criminosa se instalou na Prefeitura e no Estado do Rio e a continuidade delitiva durante período considerável permitem juízo preliminar de que os crimes continuaram mesmo durante o exercício do novo cargo de governador do Estado do Rio de Janeiro”.

A PGR afirma ainda que “ao menos nesta fase inicial da investigação, os elementos probatórios convergem para a continuidade da atuação criminosa no novo cargo, justificando, portanto, o reconhecimento do Superior Tribunal de Justiça como foro competente para investigação dos crimes indicados pelo colaborador Marcus Vinícius Azevedo da Silva”.

 

Chefe de facção do tráfico do Ceará é preso em Copacabana

Rogerio Gomes de Oliveira, o Cego ou Coroa, chegou ao RJ com 3 comparsas na semana passada.

A Polícia Civil do RJ prendeu nesta terça-feira (28) o homem apontado como chefe, no Ceará, do Comando Vermelho, a maior facção criminosa do tráfico de drogas do estado.

Rogerio Gomes de Oliveira, o Cego ou Coroa, estava em um prédio em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e foi preso ao lado da mulher, Maria Daniele Costa de Vasconcelos, e de 2 comparsas.

Os cearenses chegaram ao Rio na última sexta-feira (24) e permaneceram sob monitoramento das forças de segurança.

As prisões foram realizadas por policiais da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Subsecretaria de Inteligência e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas do Ceará (Draco-CE), cujas investigações levaram a pelo menos 30 mandados de prisão.

A ação policial faz parte de trabalho integrado entre policiais de 11 estados e coordenado pela Secretaria de Polícia Civil do RJ e pelo Ministério da Justiça, que visa a prender criminosos de diversas partes do Brasil escondidos no Rio de Janeiro.

 

Chefe do tráfico da Bahia é preso na Muzema, área dominada pela milícia

A Justiça da Bahia expediu 42 mandados de busca e apreensão e 29 mandados de prisão temporária nos estados da Bahia (36), Pernambuco (9), São Paulo (17), Rio de Janeiro (2), Santa Catarina (4) e Maranhão (1).

Um dos chefes de uma organização criminosa do tráfico de drogas que atua na Bahia e em outros estados do país foi preso na manhã desta sexta-feira (27) na Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, área dominada pela milícia. João Ricardo Cardoso Mota, o Rick ou R7, era considerado foragido da Justiça baiana e foi capturado durante a Operação Ancorar.

A operação é liderada pelo Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da polícia baiana e tem como objetivo combater o tráfico de drogas e homicídios praticados pelo grupo em cidades do interior da Bahia e em vários estados. A ofensiva contou com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil e da Draco do RJ.

Durante um ano, a polícia baiana investigou a quadrilha e, após a coleta das provas (quebras de sigilo bancários, telefônico e telemático), representou pelas prisões.

A Justiça baiana decretou 42 mandados de busca e apreensão e 29 mandados de prisão temporária nos estados da Bahia (36), Pernambuco (9), São Paulo (17), Rio de Janeiro (2), Santa Catarina (4) e Maranhão (1).

O objetivo é combater o tráfico de drogas e homicídios praticados pelo grupo.

Em São Paulo, um homem considerado como o número 2 da quadrilha também foi preso.

“O chefe do grupo foi alcançado no Rio de Janeiro e o ’02’ foi preso na cidade de Santana de Parnaíba, em São Paulo”, explicou o diretor do Denarc, delegado José Alves Bezerra.