Dino demite PF que cobrava propina para proteger empresários

Delegado da PF demitido por Dino atuava para impedir que investigações chegassem a empresários da área de saúde acusados de fraudes

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, demitiu nesta sexta-feira (22/9) o delegado da Polícia Federal (PF) Wallace Fernando Noble Santos Soares. Ele foi denunciado em 2020 por cobrar propina para proteger empresários da área de saúde investigados pela PF no Rio de Janeiro.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Soares e outro delegado federal recebiam “mesadas” de R$ 5 mil para passar informações sobre investigações e impedir que elas chegassem a empresários que participavam de esquemas de fraude.

Na época, além de Soares, foram denunciados o também delegado da PF Lorenzo Martins Pompilio da Hora e os empresários Marcelo Freitas Lopes, Durival de Farias, Dulcinara de Farias, Victor Duque Estrada Zeitune e Marcelo Guimarães. Todos foram acusados pelos crimes de corrupção, lavagem de ativos e organização criminosa.

Em outro inquérito, Soares teria recebido R$ 480 mil em propina para trabalhar pelo arquivamento das investigações.

Esta foi segunda demissão de Soares neste ano. Ele já havia sido desligado dos quadros da PF em maio, também devido às acusações de corrupção. A medida impede que ele volte a atuar na PF caso os efeitos da primeira demissão sejam revertidos por decisão judicial.

Cirurgião plástico procurado por estupros no Sul de Minas é preso em São Paulo

Hudson de Almeida, de 56 anos, estava foragido desde abril e foi preso julho. Ele foi condenado a três anos e seis meses de prisão.

O médico-cirurgião Hudson de Almeida, que foi preso em julho disfarçado de barba e óculos em São Paulo, foi condenado por violação sexual mediante fraude contra uma paciente. Ele é suspeito de abusar de pelo menos outras 10 mulheres em Alfenas (MG).

Segundo a sentença do juiz Elias Aparecido de Oliveira, Hudson foi condenado a três anos e seis meses de prisão. Ele não poderá recorrer em liberdade. Esta condenação é referente aos crimes cometidos contra uma das 11 vítimas.

Hudson está preso desde julho. Ele foi localizado em um apartamento de luxo em São Paulo (SP), após ficar três meses foragido.

Além da prisão, o médico-cirurgião deverá pagar uma reparação por danos morais de R$ 30 mil. O valor deverá ser corrigido monetariamente e acrescido de juros de 1% ao mês.

De acordo com o advogado da vítima, Diogo Cassiano Fernandes, apesar da condenação do médico, a sentença foi abaixo da esperada.

“Em teste de DNA foi identificado que o acusado de fato praticou a conjunção carnal com a vítima, onde, por meio de suas atitudes previamente arquitetadas, foi possível identificar pelo Juiz da causa a fraude praticada no intuito de aproveitar-se da vulnerabilidade da paciente que acreditava estar se passando em apenas mais uma consulta, quando foi covardemente violada. […] A pena seria próxima da máxima, 6 anos, o que foi bem abaixo do esperado pela acusação”.

Entramos em contato com a defesa de Hudson de Almeida. Por meio de nota, os advogados informaram que receberam com surpresa a sentença condenatória e afirmaram que entrarão com recurso.

“A sentença não representa a realidade dos fatos e das provas produzidas no interim da instrução processual, pelo que dela iremos interpor o concernente recurso”.

Quem é Hudson de Almeida?

Suspeito de abusar de pelo menos onze mulheres, Hudson de Almeida tem 56 anos, é médico e cirurgião plástico em Alfenas (MG). Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o médico era procurado desde abril, quando foi expedido um mandado de prisão por crime de violação sexual mediante fraude.

Conforme o currículo Lattes, ele possui graduação em Medicina Humana. No Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRMMG), o médico foi registrado nas especialidades de Cirurgia Plástica e Cirurgia Geral.

Hudson de Almeida cumpriu especialização e residência médica no Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre (MG), e Hospital Universitário Alzira Velano, em Alfenas (MG); neste último, atuou também como médico.

Na carreira acadêmica, era frequentador de congressos de estudos, com diversas publicações de artigos na área da Saúde. Também é membro da Associação Médica de Pouso Alegre.

Hudson também foi professor universitário na disciplina de “Bases da Técnica Cirúrgica”; além de cirurgião plástico do hospital universitário na Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), em Alfenas.

Também em Alfenas, o médico atendia em uma clínica particular de propriedade própria e na Santa Casa da cidade. Em Varginha, o cirurgião também chegou a dar plantões de sobreaviso em cirurgias emergenciais no Hospital Bom Pastor.

Investigação

A investigação começou após denúncia registrada por uma vítima. Conforme a polícia, era possível que existissem mais vítimas. Posteriormente, o médico foi denunciado por mais mulheres em Alfenas.

Hudson de Almeida responde a dois inquéritos por abuso sexual mediante fraude. Em um deles, de 2021, três mulheres denunciaram à Justiça situações constrangedoras que tiveram com ele.

Conforme as investigações, o crime era praticado quando as mulheres iam à consulta e passavam por procedimentos não autorizados.

Em agosto de 2022, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no consultório do médico investigado. Durante as buscas, foram apreendidos aparelhos eletrônicos.

Em um segundo inquérito, encerrado em março deste ano, uma mulher de 33 anos também acusou o médico por abuso sexual. Ele também foi indiciado pelo crime e denunciado ao Ministério Público.

A prisão preventiva do médico foi expedida no dia 13 de abril, mas o mandado só chegou no dia 19 de abril. A Polícia Civil informou que foi até todos os endereços do médico, mas ele não havia sido encontrado.

Prisão

Na madrugada do dia 21 de julho, o médico foi preso em um apartamento de alto luxo na Zona Sul de São Paulo, após a filha dele deixar o imóvel.

Depois de ficar três meses foragido, foi encontrado de barba e bem diferente da foto que era divulgada pela polícia enquanto procurado. “No momento da prisão, ele não esboçou nenhuma reação, nenhuma resistência”, disse a polícia.

A prisão do médico é resultado de trabalho conjunto da Polícia Militar e do Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais (Caocrim) e da 4ª Promotoria de Justiça de Alfenas, que fez o pedido de prisão diante da possibilidade do médico praticar novos delitos, considerando sua especialidade de cirurgião plástico.

Segundo o MP, o médico iniciava o atendimento das vítimas de forma profissional, realizando atos típicos e próprios de seu ofício. Porém, a certa altura, passava a praticar o abuso sexual sem que as próprias vítimas, no exato momento, percebessem que estavam sendo abusadas.

Após a prisão, a Polícia Militar informou sobre as denúncias feitas contra o médico. Segundo o capitão Cristiano Araújo, cerca de 11 mulheres relataram identificar algumas características do atendimento que levantaram suspeita de terem sido vítimas de violação sexual mediante fraude.

“Basicamente elas acreditavam que estavam diante de um atendimento hospitalar tradicional, dentro dos protocolos próprios, e foram enganadas”, informou a PM.

CRM investiga médico que operou joelho errado de paciente no Paraná

A Polícia Civil do Paraná indiciou o médico pelo crime de lesão corporal e, em agosto, encaminhou o caso Ministério Público do Paraná (MPPR)

O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) abriu sindicância para investigar a conduta do médico Luciano Malerba denunciado por operar o joelho errado de uma paciente. A sindicância vai investigar se houve ou não erro de conduta de acordo com o determinar o Código de Ética da categoria.

Caso a sindicância comprove a responsabilidade do médico, as penas disciplinares vão de advertência confidencial até a cassação do exercício profissional. O processo corre em sigilo.

O caso

Bianca Petermann Stoeckl, 42 anos, foi encaminhada em 24 de abril deste ano para realizar uma cirurgia no joelho esquerdo, mas o médico fez o procedimento no joelho direito. A cirurgia aconteceu no Hospital da Unimed, em Foz do Iguaçu, região Oeste do Paraná

Indiciado

A paciente registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Foz do Iguaçu para informar o erro. A Polícia Civil do Paraná indiciou o médico pelo crime de lesão corporal e, em agosto, encaminhou o caso Ministério Público do Paraná (MPPR), que nos próximos dias deve definir se vai oferecer denúncia contra Malerba.

Nova cirurgia

Em julho, Bianca foi submetida a nova cirurgia no joelho “certo”, o esquerdo, que estava machucado, A operação foi feita por outro cirurgião. Em nota encaminhada à imprensa, a Unimed disse que está oferecendo assistência para Bianca Petermann Stoeckl e que colabora com as investigações.

‘Empresário do ramo criminoso’, diz delegado da PF sobre suspeito de negociar ouro extraído de terras indígenas no AM

Brubeyk do Nascimento é alvo de três operações simultâneas da Polícia Federal. O homem usava um suposto bilionário para movimentar o seu dinheiro

Brubeyk do Nascimento é um dos principais nomes da organização criminosa que extrai ouro ilegal em terras indígenas no Brasil, de acordo com o delegado Vinicius de Paula, da Polícia Federal. O homem foi preso em Manaus, na quarta-feira (20) e é um dos alvos das três operações da Polícia Federal, deflagradas no Amazonas e em outros estados.

Na quarta, a Polícia Federal realizou três operações, simultaneamente, no país. Brubeyk do Nascimento é citado em todas elas. O delegado da Polícia Federal, que está a frente do caso no Amazonas, explica que as ações aconteceram no mesmo momento por conta do suspeito ser um alvo em comum.

Segundo o delegado, Brubeyk é extremamente articulado no país todo, em diversos setores. Além disso, tem contato com empresários milionários espalhados pelo mundo.

“Ele tem relação com as três operações e tem envolvimento com o país todo. Ele é um empresário do ramo criminoso, altamente articulado. Ele tem articulação com todos os setores. Se fosse na área lícita, ele seria muito bem sucedido. Seria muito rico, ele é muito articulado e tem contatos na Itália, nos Emirados Árabes, que vários outros querem ter e não tem”, contou o delegado da PF.

O esquema de Brubeyk começou a desmoronar quando ele foi preso pela primeira vez no Aeroporto de Manaus, em 2020. Segundo a PF, Nascimento tentou embarcar ilegalmente para os Estados Unidos, junto com dois norte-americanos, com 35 kg de ouro.

À época, ele disse que tinha comprado o ouro do austríaco Werner Rydl. O estrangeiro, que se diz bilionário e dono de um país, confirmou a história e entregou uma declaração de imposto de renda falsa para a Receita Federal.

“O Brubeyk falou ‘eu comprei esse ouro lícito do Werner’. O Werner foi chamado para ser ouvido e ele disse ‘era meu mesmo, era lícito’ e tal. Mostrou uma declaração de imposto de renda falsa, apresentou documentos falsos e disse que o ouro não veio de Terras Indígenas. Então o Werner apareceu tentando limpar a barra do Brubeyk”, contou o delegado.

A partir do momento que Brubeyk foi preso em 2020, o esquema criminoso começou a ser investigado.

Falso bilionário

Após a descoberta da declaração de imposto de renda falsa, a Polícia Federal começou a investigar a vida de Werner Rydl.

O austríaco, que mora no Rio Grande do Norte, se declarou bilionário e dono de uma ilha no Atlântico, próximo ao estado potiguar. Segundo o estrangeiro, o país Seagar AG tem moeda e território próprio.

No entanto, a Polícia Federal afirma que o austríaco mentiu e que não tem nenhum país. Além disso, apesar de fazer grandes movimentações, ele não é bilionário.

Na verdade, Werner é o “laranja” de Brubeyk e movimenta o dinheiro que o empresário e outros suspeitos angariam por meio do esquema ilegal de exploração de ouro na Amazônia. O estrangeiro é suspeito de lavagem de dinheiro.

“As movimentações dele são de milionário. Ele tem esse dinheiro? Não tem, portanto, ele movimenta dinheiro de outras pessoas. Ele é uma pessoa interposta [laranja] de outras. Ele só se movimenta para não passar no sistema financeiro dos alvos principais. Ele movimentava o dinheiro do Brubeyk e de outros”, detalha o delegado Vinícius di Paula.

Na Operação Emboabas, que prendeu Brubeyk em Manaus, o austríaco foi alvo de busca e apreensão e sequestro de bens. Foram coletados materiais probatórios na casa dele e dependendo da investigação, ele pode ser preso.

O Amazonas não tem permissão de lavra legal em seu território. No entanto, o delegado da PF apontou que isso não impede que o garimpo aconteça na região.

Os criminosos dizem que extraem ouro do Pará, onde é autorizado, quando na verdade, a extração acontece nas Terras Indígenas no Amazonas e Roraima.

Com a prisão de Brubeyk e outros alvos, a Polícia Federal conclui a etapa de identificar as lideranças do garimpo ilegal na Amazônia.

“Essa investigação fecha um ciclo […]. A Polícia Federal destrói diversas dragas e essa é a outra etapa que pega lideranças. Importante destacar que no estado do Amazonas não tem nenhuma autorização de lavra legal, no Pará tem. […] Por isso que o Pará é tão importante e tem muitas autorizações de extrações lá. Como não pode tirar daqui, eles dizem que é de lá”, apontou o delegado.

Mortes e intestino perfurado: veja outras acusações contra médica que fez lipo em advogada de MC Poze

Silvia de Oliveira Martins morreu no último dia 17 de setembro; Em 2018, uma professora também morreu, uma semana após ter realizado dois procedimentos com Geysa Leal Corrêa

O histórico da médica Geysa Leal Corrêa, responsável pela lipoaspiração que levou a advogada Silvia de Oliveira Martins à morte, é marcado por acusações e tragédias. Em 2021, o Ministério Público já a havia denunciado pela morte da pedagoga Adriana Ferreira Capitão Pinto, uma semana após procedimento com a médica em julho de 2018. No mesmo mês, a estudante Gabriela Nascimento de Moraes também passou semanas internada após ter o intestino perfurado por Geysa. Nesta quarta-feira, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu sindicância para apurar a conduta da profissional.

Na época, já existiam três processos cíveis por erro médico contra Geysa. Em todos os casos, as partes autoras pediram indenização por dano moral. Num deles, a paciente alega que se submeteu ao procedimento de bioplastia de glúteos para aumento de suas medidas na região, mas afirma que não obteve o resultado pretendido, e que não teria ocorrido qualquer mudança estética após o procedimento.

No caso da professora morta uma semana após o procedimento, Geysa chegou a prestar depoimento na 77ª DP (Icaraí). Ela disse aos investigadores que, apesar de não ter registro para atuar na área de cirurgia plástica, está habilitada para praticar qualquer ato médico.

A médica ficou por duas horas e meia dando explicações aos investigadores e saiu do local sem falar com a imprensa. Em seu depoimento, ela disse que pediu exames para que a paciente pudesse realizar a cirurgia, que poderia ser feita tanto em sua clínica, como em um centro cirúrgico:

— Segundo a médica, como a Adriana morava em outra cidade, ela optou por fazer na clínica, porque daria para ir embora no mesmo dia. Ela contou que era seguro realizar aquele tipo de procedimento sem a necessidade de um centro cirúrgico — disse a delegada responsável pela investigação, na época, Raíssa Celles, que também revelou que o valor cobrado por Geysa para realizar a lipoescultura foi de R$ 5,2 mil.

De acordo com um parente, que pediu para não ser identificado, a professora fez uma lipoaspiração nas laterais do abdômen e um implante de gordura nos glúteos, e se recuperava bem do procedimento. No entanto, durante a madrugada do dia 23 de julho de 2018, ela passou mal em casa e morreu antes de ser levada ao hospital.

Na época, em um perfil de rede social, a médica seguiu com a oferta de serviços de plástica e costumava postar imagens de “antes e depois” das pacientes de procedimentos estéticos como o realizado por Adriana.

Homicídio culposo

Em 2022, ela foi condenada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e teve restrição de direitos e pagamento de multa como penas.

“Considerando a primariedade do réu, o qual conta com todas as circunstâncias judiciais favoráveis, e, ainda, a pena inferior a 4 anos por crime cometido sem violência ou grave ameaça em concurso com crime culposo, impõe-se o benefício da substituição da pena privativa de liberdade por restrita de direitos”, diz parte do acórdão.

Em um comunicado enviado à imprensa, o advogado da médica, Lymark Kamaroff, lamentou a morte de Silvia e afirmou que “não há nexo de causalidade entre a intercorrência sofrida pela paciente e atuação da Dra. Geysa”. Que a médica sempre agiu diligentemente, seguindo os padrões preconizados pela boa técnica e que infelizmente intercorrências cirúrgicas podem ocorrer.

Kamaroff reforçou, ainda, que todas as pacientes de Geysa assinam um termo de consentimento para a possibilidade de ocorrer um evento adverso, que pode ser uma complicação ou intercorrência, como o caso de Silvia e que esta foi a terceira intervenção cirúrgica feita por Silvia com Geysa. A primeira foi em 2019 e outra em 2020.

Intestino perfurado

Também em 2018, a estudante de Educação Física Gabriela Nascimento de Moraes, de 23 anos, foi internada após ter o intestino perfurado durante um procedimento de hidrolipo com a médica. Em 18 de julho daquele ano, a jovem chegou em estado grave ao Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, e precisou ser submetida a uma nova cirurgia e chegou a ficar no CTI.

A jovem já havia sido submetida a uma cirurgia para costurar o intestino, mas, como permanecia sentido dores, o procedimento precisou ser refeito. A cirurgia com Geysa foi realizada em 10 de julho de 2018. Ela pagou R$ 4,2 mil pela hidrolipo. O local onde ocorreu o procedimento foi feito no mesmo local por onde passou a professora Adriana Ferreira, que morreu dias depois.

Assim que chegou em casa, Gabriela começou a sentir muitas dores no corpo. No dia seguinte, uma secreção passou a sair da barriga dela. Assustada, a jovem entrou em contato com a médica. Nas mensagens, ela contou que havia tomado uma sopa e que tinha a impressão de que o alimento estava saindo pelo ponto por onde havia sido feito o procedimento.

Antes de ser internada, a estudante chegou a voltar ao consultório da médica, que receitou muitos antibióticos e anti-inflamatórios, o que gerou uma despesa de mais de R$ 700 para a paciente e mesmo assim não teve efeito.

‘Divas da Dra. Geysa’

Quando chegou para depor no caso da morte da pedagoga, em 2018, Geysa estava cercada por manifestantes que a defendiam. O grupo intitulado “Divas da Dra. Geysa”, formado por cerca de 15 pacientes e amigas da médica, se reuniu em frente à delegacia para apoiá-la. Demonstrando revolta, algumas delas chegaram a agredir jornalistas na entrada da delegacia.

Empolgadas, elas gritavam o nome da médica e tiravam muitas fotos. Questionada por uma jornalista que teve o braço arranhado, uma das seguidoras respondeu: “Nós também estamos trabalhando”.

Antes de a médica chegar, uma das manifestantes, que não quis se identificar, disse que já tinha feito alguns procedimentos com Geysa:

— Estou ótima com o meu corpão. E nunca aconteceu nada comigo. Está tudo aqui para provar como a doutora Geysa é uma profissional maravilhosa.